Descrição
Miragens é fruto do desassossego. Viceja na conjunção do ser com um conteúdo de incertezas e uma atmosfera de perplexidades, fugas e confinamentos instalados na pandemia. Uma condição na qual abruptamente se desfazem posições anteriores e costumeiras, quando então todos se voltam para o seio das habitações.
O panorama doméstico desdobra-se diante do olhar da persona-autora, convidando-a à exploração, à dedicação mais demorada aos recantos, objetos ou eventos ali adstritos. Valendo-nos da voz de Quintana ao dizer: “Amar é mudar a alma da casa”, Persona faz sentir que escrever também é mudar a alma da casa.
O despovoamento das ruas e cidades projeta a força enigmática do deserto para dentro da alma. Os vazios passeiam. É a hora de ir e vir pelos vastos terrenos da morada, por esses desertos não materializados, mas que ofertam inúmeras experiências estéticas e permitem capturar, a cada piscar de olhos, as mais terrivelmente corriqueiras incitações.
SOBRE A AUTORA:
LUCINDA PERSONA – Nasceu em Arapongas, PR. Em 1965 transferiu-se com a família para Cuiabá, Estado de Mato Grosso, onde vive. É poeta e ficcionista. Bióloga pela Universidade Federal de Mato Grosso, mestre em Histologia e Embriologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com estágios profissionais na Universidade do Chile. Professora na UFMT e Unic, até se aposentar.
Na poesia é autora de Por imenso gosto (1995, 2018), premiação UBE; Ser cotidiano (1998); Sopa escaldante (2001), premiação UBE; Leito de acaso (2004); Tempo comum (2009); Entre uma noite e outra (2014) e O passo do instante (2019). Tem publicações na literatura infantil, em revistas literárias e integra antologias de conto e poesia. Pertence à Academia Mato-grossense de Letras.
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