Descrição
Memória do Cinema em Mato Grosso trata da trajetória do cinema no Estado de Mato Grosso antes da divisão, sob a ótica da imprensa mato-gossense no período de 1888 a 1970. Da primeira sessão de cinema às produções realizadas, o desenvolvimento desta arte se estabelece por meio de uma relação com o teatro, a música, a literatura e as artes plásticas regionais.
Esta singular trajetória da sétima arte em Mato Grosso é pontuada tendo como filtro as políticas de cada governo, além de sua contextualização no processo de desenvolvimento do cinema brasileiro no período.
“O resgate da memória sobre as primeiras salas de cinema e as práticas que envolviam aquele comércio é inestimável: nele descobrimos como o cinema, desde o seu aparecimento em Mato Grosso, adquiriu uma importância que transcendia à própria arte e à diversão. Detalhes deliciosos como o incômodo causado aos espectadores pelos então elegantes – e monumentais – chapéus com que as senhoras compareciam às salas de exibição, as trilhas sonoras dos filmes mudos sendo fornecidas pelas bandas da polícia militar, as sessões beneficentes e o privilégio das cadeiras permanentemente reservadas às autoridades, dizem mais do que os seus aspectos jocosos: acrescentam informações importantes sobre a estrutura social de épocas passadas, mas importantes de nossa História.
Ao longo deste primoroso trabalho de pesquisa o leitor tomará conhecimento da chegada da cultura norte-americana às terras mato-grossenses através dos filmes da Fox, da Paramount e da Metro Goldwyn, e as tentativas de brasileiros como Francisco Serrador e Roquete Pinto de realizar filmes “mato-grossenses” – na verdade documentários sobre a recém implantada Estrada de Ferro Noroeste do Brasil – e, claro, sobre os indefectíveis índios, animais e florestas da região. Serão apresentados também aos filmes de “cavação”, às vezes verdadeiros estelionatos culturais.
Figuras históricas como Cândido Rondon e Luiz Thomas Reis, Paulino Botelho e José Medina, o armênio Lázaro Papazian – que nos legou 178 filmes, todos precisando de preservação e restauração –, os cineastas Alexandre Wulfes e Líbero Luxardo, e até o lendário estruturalista Claude Lévi-Strauss e sua mulher Dina aparecem neste trabalho de Luiz Carlos de Oliveira Borges, cada um com seus feitos e contribuições à cultura e ao cinema de Mato Grosso.”
SOBRE O AUTOR:
LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA BORGES – É cuiabano, mestre em Cinema pela Escola de Comunicação e Artes da USP, idealizador e produtor do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá desde a sua primeira edição. De 1992-1998, quando supervisor do Cineclube Coxiponés, promoveu a aquisição do acervo fotográfico e cinematográfico do cinegrafista armênio Lázaro Pappazian. Pesquisador, servidor técnico-administrativo da Universidade Federal de Mato Grosso, professor universitário, realizou seus dois trabalhos iniciais em vídeo em São Paulo: Linhas Cruzadas (1988) e Arca de Nois (1989).
Quando de seu retorno a Mato Grosso, em 1992, realizou o curso “Núcleo de Cinema de Mato Grosso”, com os cineastas Carlos Reichembach, Denoy de Oliveira, Dib Lufti, Eduardo Leone e Eduardo Santos Mendes, que resultou em três curtas-metragens – Olhos, Luz e Espelho –, criação coletiva dos alunos. Coordenou o Núcleo de Cinema de Mato Grosso que, em 1993, transformou-se na Associação Mato-grossense de Audiovisual, ABD. Foi diretor de produção do longa-metragem Mário (1988), do cineasta Hermano Penna. Em 1999 realizou seu primeiro curta-metragem, A Cilada com Cinco Morenos, prêmio de melhor filme no IV Brazilian Film Festival of Miami – Estados Unidos. No mesmo ano coproduziu o longa-metragem Latitude Zero, de Toni Venturi. Em 2001, produziu o curta-metragem Baseado em Fatos Reais. Em 2007 foi coprodutor e assistente de direção do curta-metragem Nó de Rosas, de Glória Albues.
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