Anna Maria Ribeiro Costa
“Cheguei em Cuiabá em 1990, na companhia de Edu, Theo e, em meu ventre, Loyuá, depois de morar por quase uma década junto aos povos indígenas Nambiquara, Mato Grosso, e Potiguara, Paraíba. As letras de Dunga Rodrigues e os desenhos em nanquim de Antônio João de Jesus me apresentaram ao Minhocão do Pari. Da convivência com os povos indígenas e dos estudos acadêmicos de pós-doutorado em Ciências Sociais (PUC-SP), doutorado, mestrado e graduação em História (UFPE, UFMT e UFRJ) escrevi Potiguara cultura material (com José Eduardo Costa), Senhores da Memória: história do Nambiquara do Cerrado, Hatisu Nambiquara: lembranças que viraram histórias, Além do artefato: cultura material e imaterial Nambiquara, O homem algodão, Wanintesu: um construtor do mundo Nambiquara, Encantados da Terra Brasilis (com Rosemar Coenga) e Histórias e culturas indígenas na educação básica (com Giovani José da Silva). Esse intenso vivenciamento, que se juntou às recordações do menino Branco, conduziu-me mais de perto às narrativas espantosas da enorme serpente que me encantaram de tal grau que por elas fui levada a descer o rio Cuiabá, conhecer a imensidão das águas das baías de Siá Mariana e Chacororé na companhia dos seres encantados, até avistar a grande serpente emplumada no Mar de Xarayes. A riqueza desse vivenciamento foi encontrar parecenças dos seres mitológicos dos povos indígenas com os do vale do rio Cuiabá e entender que todos eles, cada qual ao seu modo, fazem o melhor de si para proteger a mãe natureza.”
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