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A navegação fluvial em Mato Grosso

Livro reacende discussão sobre a navegação fluvial nos séculos XIX, XX e nos dias atuais

 

 

Não por acaso, o Sesc Arsenal, no bairro do Porto, será o local de lançamento do livro “As águas como caminho: Mato Grosso como destino”, do professor doutor Gilberto Luiz Alves. Cenário de chegada de muitas embarcações no século XIX e primeira metade do século XX, o Porto de Cuiabá frequentemente tinha grande concentração de pessoas a espera de autoridades civis, religiosas e militares, ou simplesmente à espera de parentes e amigos. No ir e vir, era grande o movimento de pessoas e cargas diversas. Era intenso o comércio de mercadorias que vinham da Europa, passavam pelo Rio de Janeiro, Montevidéu, Buenos Aires, Assunción, chegando em Corumbá e por último em Cuiabá. Daqui também saiam com produtos de Mato Grosso em caminho inverso.

O autor, que mora em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fará uma palestra sobre o livro, acompanhado pelo Capitão dos Portos de Mato Grosso, o Capitão de Fragata Carlos Eduardo de Oliveira Corrêa, que apresentará a Marinha do Brasil em Mato Grosso, nos dias atuais.

O livro, em belíssima edição ilustrada em grande formato, em capa dura, com impressão especial, é apresentado pela professora doutora Elizabeth Madureira Siqueira: “Por se tratar de historiador, educador, pesquisador e bibliófilo possuidor de uma pinacoteca invejável, hoje reunida na Fundação Gilberto Luiz Alves, o autor se permite conhecer, sob múltiplos olhares e nos de alguns viajantes que, como ele, colecionaram estampas de memória, fragmentos de um passado, agora reunidos, proporcionando aos leitores uma visita ao tempo pretérito brasileiro e de Mato Grosso, tendo por ilustração um riquíssimo acervo de pinturas, xilografias, fotografias e desenhos, agora disponibilizado a um público mais ampliado.”

“A estreita e genealógica vinculação com as águas levou o autor a perscrutar cenários que indicavam diversos cursos hídricos, tanto do cone sul-americano como nos litorais brasileiros e, de maneira especial, os de Mato Grosso, os quais marcaram a trajetória histórica do Estado, no século XIX e na primeira metade do XX. No intento de recuperar esse viver trissecular, Gilberto foi capaz de incorporar o que de mais belo e significativo foi produzido por viajantes, fotógrafos e artistas plásticos, oferecendo peças de seu riquíssimo acervo. Ao final, compôs o seu próprio quadro, ilustrado por pinceladas que, sob a ótica de outros, acabou se fazendo suas”, conta a professora Elizabeth.

O autor começa a narrativa do seu livro, contando da sua “profunda admiração por esses incríveis viajantes que, por navios, rumavam para Mato Grosso na segunda metade do século XIX e início do século XX. Talvez a origem mais remota desse sentimento esteja radicada na água, elemento da natureza que sempre exerceu forte magnetismo sobre mim.”

Concluídos os seu estudos de nível superior, o autor decidiu trabalhar em Mato Grosso: “Era o ano de 1970. Depois de rápida passagem por Ponta Porã, vivi por dois anos e meio em Cuiabá, banhada pelo sereno rio que Ihe empresta nome. Arraial associado à exploração do ouro, de início, tornou-se cidade estratégica para a ocupação de vasta região do oeste brasileiro outrora reclamada pela Espanha. Até 1972 fui técnico da Secretaria de Educação e Cultura do Governo de Mato Grosso. Transferi-me para o sul do Estado em 1973, quando, lotado no Centro Pedagógico de Corumbá, comecei a trabalhar na então Universidade Estadual de Mato Grosso”.

Focado sobre o período de domínio da navegação fluvial em Mato Grosso, este livro procura aclarar as motivações dos viajantes que, por navio, circularam pela região durante a segunda metade do século XIX e o início do século XX. Os dados empíricos foram buscados nos livros de quatro viajantes. O primeiro, o marinheiro italiano Bartolomé Bossi, fez o percurso de Montevidéu a Cuiabá em 1862, dois anos antes da Guerra da Tríplice Aliança. O segundo, Severiano da Fonseca, membro da Comissão de Limites Brasil-Bolívia e veterano da Guerra, esteve na Província de Mato Grosso cinco anos após o término do conflito. O terceiro, Herbert Smith, naturalista norte-americano, incursionou pela região na primeira metade da década de 1880. Por último, o militar Annibal Amorim, no início da década de 1910, exatamente o momento de apogeu da navegação fluvial, viajou por navio do Rio de Janeiro a Cuiabá. Ao recontar e analisar fatos relevantes por eles relatados, o autor ressalta novidades e aponta omissões que têm persistido no tempo.

 

 

SOBRE O AUTOR

Gilberto Luiz Alves é doutor em Educação (História da Educação) pela Universidade Estadual de Campinas e professor titular aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Entre os principais livros publicados estão “O Pensamento Burguês no Seminário de Olinda: 1800-1836”, “A Produção da Escola Pública Contemporânea”, “O Trabalho Didático na Escola Moderna: Formas Históricas”, editados por Autores Associados de Campinas (SP), e “Pantanal da Nhecolândia: Pecuária e Modernização Tecnológica”, editado pela Entrelinhas Editora, de Cuiabá, Mato Grosso. Atualmente é presidente o Instituto Cultural Gilberto Luiz Alves sediado em Campo Grande (MS).

 

SERVIÇO

Lançamento do livro “As águas como caminho: Mato Grosso como destino”, de Gilberto Luiz Alves, pela Entrelinhas Editora; acompanha palestra do autor e do Capitão dos Portos em Mato Grosso

Local: Cinema do Sesc Arsenal, no bairro do Porto, em Cuiabá

Data: 20 de março de 2025

Edição de luxo em papel couche, policromia e capa dura, com 204 páginas

Valor de capa: R$ 290,00. Valor no lançamento: R$ 250,00

 

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